quinta-feira, agosto 30, 2018

Ano novo/Vida velha



Ao vislumbrar este ano (quase no final) começo a buscar a minha pá, removendo o terreno dos pensamentos, olhando a esmo ao horizonte se anunciando em tons claros de promessas e expectativas, suspirando lentamente coloco a pá dos desejos a trabalhar e buscando cada vez mais fundo remover o terreno inóspito de onde irei depositar coisas importantes ou não (quem sabe?).

Cada vez mais fundo cavo e removo este terreno, vou lembrando e ao mesmo tempo esquecendo, removendo e adicionando no final vários mortos ainda estão neste solo (Lembranças, mais lembranças), o tempo é inexistente neste campo longínquo, dias, horas, minutos ou segundos?

sexta-feira, janeiro 20, 2017

quero que se exploda!

Minha palavra é ódio, escorrendo pelos esgotos aparentes da tua imaginação, onde é conveniente e passado, não é mais vivente, apenas cuspo e pior escarro, não quero e nem permito mais esta conivência cega, onde teu ganhar é maior do que meu perder. Quer amealhar ouro alheio, vai embora, segue mais não me persegue.

Quero mais que se foda!

sábado, junho 04, 2016

Ninguem, nunca, ninguem...






Ninguém pode,
 ninguém,
 tapar o buraco,
 buraco da minha alma, 
da minha angustia, 
do meu sofrer, 
do meu querer, 
do meu perder.

Ave Atque Vale




Vou embora nos campos da minha vida, cansado estou, desiludido, perco a  vida, por vontade própria (Claro!), sem luta ou abandono, Ave quem vem a frente, não posso mais seguir, deita no meu colo só um pouco, apenas um descanso antes do adeus, só um pouco antes de você sussurrar ao meu ouvido.
Adeus...

Multas per gentes et multa per aequora vectus
advenio has miseras, frater, ad inferias
ut te postremo donarem munerem mortis
et mutam nequiquam alloquerer cinerem.
Quandoquidem fortuna mihi tete abstulit ipsum.
Heu miser indigne frater adempte mihi
nunc tamen interea haec, prisco quae more parentum
tradita sunt triste munere ad inferias,
Accipe fraterno multum manantia fletu,

Atque in perpetum, frater, ave atque vale.

sábado, maio 28, 2016

Martelo e a Bigorna




Hoje ao acordar veio a minha mente que significantemente estava conectado ao meu coração, a letra do saudoso Paulo Vanzolini, zoólogo e principalmente compositor, um mestre da música brasileira que não morreu, apenas evoluiu ao panteão dos nobres e ilustres brasileiros. Esta música retrata bem meu aprendizado nos últimos dois anos.
Reflexão esta que chego a sorrir hoje (com algumas lagrimas), a dor assim como fogo tempera o aço da nossa alma, como tiraremos o significado de tudo isso, cabe apenas a nós. Não faltaram tristezas, dissabores e até certas privações, mas houveram alegrias e sonhos refeitos, caminhar na tempera do destino é tarefa para poucos mortais, não me julgo melhor que ninguém, não terminei ainda a lição e na faculdade da vida, me falta ainda graduação.
Mas hoje acordei com a simples certeza que hoje passei por uma cadeira, mais um passo dado frente esta graduação tão cheia de percalços, falta muito, mas como diz o Saudoso Vanzolini, é reconhecer a queda e não desanimar, O aço ainda está na tempera, mas desta vez vou levantar a poeira e dar a volta por cima!! Fica a música, aliás obra prima, na voz de Beth Carvalho. Como uma singela mensagem final.
Abraços e ótimo final de semana.

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É na dor e no cansaço que o martelo bate, enquanto removo as lagrimas que tingem meu rosto, é a tempera da vida, e o uivo do destino, tempera o sentimento, bate o matelo da amargura no destino ainda impuro, remove, remodela.

Ao puro e argênteo é o objetivo não antes o sofrer, não antes o caminhar, é no cigarro que contemplo o tempo dando voltas e o martelo a temperar a minha alma.

Ate breve, destino, estou chegando, martelando e andando.

quinta-feira, dezembro 31, 2015

Feliz Ano Novo!!


Quando as emoções represadas de um ano cheio de atribulações nos prendem ao passado, neste momento refletimos todos os momentos de alegria, realização, luta e até tristezas. É chegada a hora da mudança. Não podemos mais nos deixar abater, não frente ao abismo, não frente ao desconhecido, seguir em frente pulando todos os obstáculos, psicológicos ou não.

É neste momento que meu desejo se eleva em uma quase oração e para todos os amigos, parceiros e principalmente familiares, venho desejar não um novo ano, ou uma passagem festiva cheia de alegrias, mas uma mudança de vida para melhor, uma vida com mais realizações, lutas, lagrimas (de alegria ou não), mas cheio de crescimento e mais humanidade e principalmente amor ao próximo e a nós mesmos.

Feliz 2016

quinta-feira, dezembro 24, 2015

Feliz Natal


Natal sua simbologia completa e transformadora, vindo desde os ritos profanos do pre-medieval e sendo incorporado aos ritos cristãos. Imbuído de transformação nos presenteia com um significado moderno que transcende muito mais o significado comercial exportado pelos americanos e adotado em terras sul-americanas.

Não quero discorrer sobre origens e outras questões, deixo elas para acadêmicos e especialistas. Quero discorrer sim sobre o significado muito mais pessoal e enraizado dentro do meu ser.
Se o ano novo é a data da mudança, época de promessas e criação de metas, acima de tudo a passagem do novo ao velho. O Natal é a personificação do rito sentimental e familiar, sendo o momento de fortificar laços e alianças sentimentais em toda sua plenitude.

Hoje neste dia de transformação pessoal, desejo à todos aqueles que estão presentes ou não, o meu mais sincero voto de felicidade, amor e aliança familiar, independente de religião, partidarismo ou time de futebol. Olhem ao seu lado, vejam o quão é especial aqueles que passaram o ano e reforcem esta aliança, no perdão, na fé, e principalmente no amor.

Feliz Natal a todos amigos e familiares, ano novo vem ai!!!


Beijo no coração de todos e perdoem os erros de português ou não...

quarta-feira, dezembro 23, 2015

Profundo é a Bossa


Em minha varanda suspiro, bafejando meu cigarro enquanto deixo o café esfriar, tantas lembranças nestas tardes chuvosas de inverno, lembro da minha primavera, em 19... Novo e confiante caminhava, saindo da Boa Vista em direção a Guarapes, andava pela ponte, distraído, fumando meu Lucky Strike, meu panamá fiel pendendo ao lado da cabeça, descrevendo um certo desleixo  Hollywoodiano. No meio da ponte foi fatal, era sua lavanda envolvendo minhas narinas, seus olhos invadindo meu ser.

Morena era jambo, canela teu gosto, bons dias eram aqueles, nas tardes de passeio, tua boca a murmurar, Sylvia Telles ao fundo virando tema de um romance épico, acompanhado do teu sorriso perolado. É na chuva que mais lembro, a lavanda, canela, jambo, flor em lapela, romantismo e a musica ao fundo.

" Sim, promessas fiz.
Fiz projetos sonhei tanta coisa.
E agora o coração me diz.
Que só em teus braços, amor, eu posso ser feliz."

A noite roubava teus beijos gelados, recheados ao sorvete, era a promessa da vida, amor verdadeiro, embora poucos dias ficava sem a ver. Era na música que sua presença era sentida, era na música que eu te via.

" Eu tenho este amor para dar ,
O que é que eu vou fazer."

Foi na segunda, dia 7, um dia anormal, chuvoso, primavera em prantos, teu sorriso desapareceu, juntamente com a sua presença. Agora velho lembro, tanto tempo distante, correndo triste neste inverno sem fim, em prantos e lutos superados e escondidos, tomo meu café gelado, acendo meu cigarro, mais uma lágrima ao lembrar da canela que um dia esteve nos meus lábios.

"Eu tentei esquecer,
E prometi,
Apagar da minha vida este sonho .
E vem o coração e diz ,
Que só em teus braços amor eu posso ser feliz.
Que só em teus braços amor eu posso ser feliz."


Cadê o cigarro? Meu chapéu e a minha bossa? Cadê as rosas que perfumavam? A minha, a nossa bossa nova.