domingo, novembro 05, 2006


Jardim profano


Algo para pensar, escutar e ler...

Ave, Lúcifer.
(Arnaldo Baptista, Rita Lee e Elcio Decário)
Do Album: A divina comédia ou... Ando meio Desligado

As maças envolvem os corpos nus
Nesse rio que corre
Em veias mansas dentro de mim
Anjos e Arcanjos repousam neste Édem infernal
E a flecha do selvagem
matou mil aves no ar

Quieta, a serpente
se enrola nos seus pés
É Lúcifer da floresta
que tenta me abraçar

Vem amor, que um paraíso
num abraço amigo
sorrirá pra nós
sem ninguém nos ver
Prometa, meu amor macio
como uma flor cheia de mel
pra te embriagar
Sem ninguém nos ver

Tragam luvas negras
Tragam festas e flores
Tragam corpos e dores
Tragam incensos e odores

Mas tragam Lúcifer pra mim
Em uma bandeija pra mim...

(Agora vamos ao texto)

Eu tenho um dom que para mim é maldito, escrever sobre sentimentos, sentidos, sem nunca prova-los. Sem nunca perder meu sentimentalismo, nunca vivencia-lo mais sempre sentindo, perdendo pouco a pouco e sempre distante do paraíso.

Ora se fosse menos sonhador e escutasse menos aos que são próximos, ah! Seria muito mais feliz, não... Estaria no paraíso. Afinal sou um anjo sujo me emaranhando em rosas perdidas e negras. Como a felicidade é distante desta contingência.

Tenho às vezes desejos negros, a morte me cerca e afinal... Tudo é um filme... Cadê o amor? Onde estará? Já foi perdido neste jardim profano.

Gustav la Guerre
Pour l'amour, Pour la guerre


Um comentário:

Ioldanach disse...

Amigo Gustavo,

Creio eu que se existe porventura um Éden Profano creio que os frutos que dão em suas árvores são o Desejo e o Gozo já que em contra-ponto necessário ao Éden Divino existem as Árvores do Discernimento do Bem e do Mal ao lado do Conhecimento.

A que ´´Paraíso´´ escolher? O das Trevas ou da Luz.......?